quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Dr. Gabriel Ganme tem uma história muito interessante. Ex-empreendedor no ramo de turismo de expedição e médico por formação, dedicou sua vida liderando expedições de esqui na neve e de mergulho nos lugares mais inóspitos do planeta. Nas viagens, se viu socorrendo os mais variados incidentes e acidentes - na maioria dos casos por despreparo físico ou excesso de confiança. Vendo a demanda do mercado e a desinformação generalizada, investiu na Medicina Esportiva. É também especialista em Medicina do Mergulho e de Expedições e membro da Undersea & Hyperbaric Medical Society e da Wilderness and Expedition Medical Society, vivendo e praticando aquilo que prega. Aqui, comenta o uso de álcool e drogas recreacionais antes da prática de esportes.



 

Álcool e drogas do prazer no esporte


por Gabriel Ganme 


Em uma viagem de snowboard no Colorado, nos Estados Unidos, fiquei pasmo com a quantidade de esquiadores bebendo cerveja, vinho e até destilados na hora do almoço. Muitos, entre uma descida e outra de esqui. Subiam nas cadeirinhas com aquelas garrafinhas de metal, que antigamente eram carregadas pelos tradicionais cães São Bernardo para salvar vítimas do frio intenso (na verdade, para ter uma morte menos sofrida e mais rápida). Sem falar na moçada que entrava na gôndola fechada fumando maconha, legalizada naquele estado, deixando todo mundo grogue. Não quero filosofar quanto ao uso da droga, mas garanto que não combina com exercício, pois a desatenção e o relaxamento causados, entre outras coisas, são um prenúncio para desastre.


Resolvi dar uma parada para olhar o show de saltos no Snow Park, área da estação de esqui onde existem rampas para saltos e outras acrobacias, com atletas voando a alguns metros de altura. Vi esquiadores levarem tombos incríveis, talvez por não terem habilidade para fazer o que estavam tentando ou encorajados por uma perda de julgamento, com gente se machucando muito e dando risada!

Pensando na temperatura, temos um tremendo erro. O álcool pode dar uma falsa sensação de calor, mas na verdade isto ocorre porque o mesmo causa vasodilatação subcutânea, fazendo com que se perca mais calor para um ambiente frio. Já em um ambiente quente, faz com que a sudorese seja excessiva, desidratando.


Imaginemos a quantidade de acidentes de carro causados por motoristas alcoolizados ou chapados. O mesmo ocorre nos esportes de aventura, pois com todo o sensorial alterado, reflexos retardados e capacidade de julgamento prejudicada, só pode acontecer besteira.
Drogas e esporte não combinam. Vamos lembrar que o álcool demora até 30 horas para ser completamente metabolizado pelo corpo. 



Outras drogas recreacionais aceleram o indivíduo, fazendo com que a frequência cardíaca e respiratória aumentem, deixando o corpo no limite. Um usuário de anfetamina poderia aumentar sua performance numa prova de corrida curta, mas poderia também ter uma arritmia grave, entre outras coisas, e ir “tocar harpa” no além. Lamentavelmente, muitos anfetamínicos são vendidos em lojas de suplementos em diversos países. Os chamados “metabolic enhancers” levam a uma diurese exagerada, causando desidratação com perda de eletrólitos e o resultado a médio prazo é péssimo. Lembre-se, se você ficar usando um motor acima do seu limite, eu te garanto, ele vai fundir.



Alguém disse para você que álcool em doses moderadas faz bem. Conversa furada! Alguns componentes do vinho (e até da cerveja) podem ajudar na prevenção da doença coronária, mas não existe comprovação que seja o álcool (que também tem diversos efeitos deletérios à saúde).



Quem se interessar, deve pesquisar o “paradoxo francês”. Um aspecto discutido sobre os efeitos protetores do vinho, seria a diminuição da coagulação do sangue, o que pode não ser interessante em esportes de contato.



Outras drogas, lícitas, muitas vezes usadas nas provas de longa duração como maratonas, são analgésicos, que além dos riscos próprios, se tomados em excesso, mascaram as dores levando a lesões musculares e fraturas de estresse, entre diversos problemas. Já ouvi maratonistas mencionarem que foram aconselhados a tomar 400 mg de ibuprofeno a cada meia hora de prova. Um absurdo! Um corredor que completa uma maratona em 4 horas pode ter tomado 3 vezes a dose máxima diária, somente neste período.



Enfim, disse o Rei Henrique, da Inglaterra: “cada um escolhe o caminho em que chega ao céu”. Mas estava se referindo à liberdade religiosa, não a barbarismos que podem causar danos graves a si mesmo e a outros.



Sobre Dr. Gabriel Ganme: Especialista em Medicina Esportiva, Dr. Gabriel Ganme se formou em medicina em 1984 e concluiu residência em pediatria em 1986. Foi pioneiro no Brasil em diversas atividades relacionadas a Medicina do Mergulho e Medicina da Aventura. Foi o primeiro instrutor de primeiros socorros médicos da PADI (Professional Association of Diving Instructors) no Brasil e dos cursos relacionados a emergências no mergulho da DAN (Divers Alert Network). Foi palestrante nos primeiros cursos de pós-graduação em Medicina Esportiva da Escola Paulista de Medicina na área de Medicina do Mergulho e ajudou a montar o primeiro curso de Medicina do Mergulho da DAN no Brasil. Em 1988 se tornou membro da Undersea & Hyperbaric Medical Society, onde concluiu treinamento em Medicina do Mergulho e, mais recente, em Medicina de Expedições e Aventura na Inglaterra, pela Wilderness and Expedition Medical Society. Foi coautor do capítu lo sobre "lesões do mergulho" do livro "Lesões no Esporte", dos professores Moises Cohen e Rene Abdallah da Escola Paulista de Medicina.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Colunas e Notas- Alfredo Sternheim relembra A Carta e a grande Bette Davis

A Carta

Desejo e dissimulação movimentam este clássico de William Wyler com Bette Davis.
C&N
clip_image004Em 1940, Bette Davis estava com 32 anos. Parecia ter mais, as mulheres envelheciam com maior rapidez do que agora. Além disso, ela nunca foi o protótipo da beleza. Mas já era uma estrela e uma atriz consagrada com dois Oscars dessa categoria por Perigosa (1935) Jezebel (1938). Em ambos os filmes e em quase toda a carreira encerrada pouco antes de sua morte em 1981, ela passou a ser a personificação da maldade, da mentira predatória sobre seres próximos. Claro, houve exceções, mas em todos os filmes que fez, Ruth Elizabeth Davis (seu nome de batismo) surgia como mulher determinada para o bem e para o mal. Assim foi, por exemplo, nas duas ocasiões em que interpretou a rainha Elizabeth I da Inglaterra (Meu Reino por um Amor em 1939 e A Rainha Tiranaem 1955), na confusão de uma família de poucos recursos em A Festa de Casamento (1956) e em O Que Aconteceu com Baby Jane? (1962), de Robert Aldrich.
Não obstante certa fama de voluntariosa, alguns diretores trabalharam com ela em mais de um filme. William Wyler(1902-1981) fez três, todo para a Warner onde Bette era a estrela maior. Merecidamente, um dos mais respeitados cineastas de toda a história de Hollywood, esse europeu nascido na antiga Alsacia que sempre se saiu bem em todos os gêneros (suspense como Horas de Desespero e faroestes da lavra de Da Terra Nascem os Homens), era valorizado também pela incrível capacidade de extrair o melhor de seus intérpretes. Daí alguns terem obtido prêmios por atuações em seus filmes. Caso da própria Bette em Jezebel, de Greer Garson emRosa da EsperançaAudrey Hepburn em A Princesa e o Plebeu e Charlton Heston por Ben Hur, todos agraciados com o Oscar, e da dupla formada pelos então estreantes Terence Stamp e Samantha Eggar em O Colecionador, laureada no festival de Cannes.
A Carta (The Letter) foi o segundo longa de Wyler com Bette. Ela é Leslie Crosbie, a esposa de Robert Crosbie (Herbert Marshall), um rico agricultor na antiga possessão inglesa de Singapura. No começo, Leslie mata Hammond, um amigo também ocidental. Sua alegação é que ele chegou inesperadamente em sua casa e tentou violentá-la. Mas, no curso da investigação, o advogado Howard (James Stephenson), também amigo dos Crosbie, fica sabendo que a viúva Hammond (Gale Sondergaard) tem uma carta de Leslie convidando o falecido marido para visitá-la e deixando claras as suas intenções amorosas. A chantagem é estabelecida.
A base do filme é uma peça de W. Somerset Maughan (1874-1965), o popular escritor inglês nascido na França. Da sua obra, surgiram mais de 130 produções para a TV e o cinema, sendo que A Carta já tinha sido levada à tela em 1929 por Hollywood, com a americanaJeanne Eagels e Herbert Marshall fazendo o amante assassinado, e em 1931, na Espanha, com Carmen Larrabeiti. Na versão de Wyler, a origem teatral fica disfarçada por uma narrativa ágil, como todas aquelas feitas pelo cineasta mesmo quando trabalhava com enredos intimistas (O Colecionador, Horas de Desespero). Em suas mãos, a câmera não perde tempo, expõe rapidamente o ambiente o fato principal. Caso aqui do início em que movimentos panorâmicos mostram o cenário externo da propriedade rural e os seus nativos.Repentinamente a tranquilidade das cenas é rompida por tiros. A sequência em que Leslie dispara seguidamente é antológica, em poucos minutos já transmite o clima de tensão que se estabelece, bem acentuado pelos acordes da música de Max Steiner e pelafotografia em preto e branco de Tony Gaudio. O diretor também é hábil para dimensionar as diferenças de classe social e étnicas que existiam naquele contexto de colonização. Não são necessárias palavras, apenas imagens.
Hoje, a personagem de Leslie perde convicção nas primeiras explicações. Isso porque o espectador atual sabe que dificilmente podeesperar bondade e conduta virtuosa de uma personagem vivida por Bette Davis. E aqui, a dissimulação e a ausência de escrúpulos vão, gradativamente, se tornando evidentes pelos olhares de alguns empregados e por ela mesma. A grande atriz só perde impacto quando contracena com Gale Sondergaard (1899-1995). Essa americana de origem sueca que viu a sua carreira ser truncada pela famosa “caça as bruxas” movida pelo senado americano por volta de 1950 contra artistas de esquerda, mesmo sem abrir a boca tem uma presença fantástica, eivada em rancor e fatalismo.
Gale vive uma eurasiana. Os rígidos códigos de moral que imperavam em Hollywood não permitiram a personagem aparecer como umanativa autêntica e também reprimiram o final original da peça. Uma adúltera e assassina como Leslie, no cinema americano de então, jamais terminaria sem punição. Porém, essas alterações em nome das hipócritas regras de moral e bons costumes não empanam a densidade luxuriante e a beleza de A Carta, um grande clássico.
Alfredo Sternheim é cineastajornalista e escritor.
A Carta (The Letter – Estados Unidos 1940 - 95’Direção: William Wyler Com: Bette Davis, Herbert Marshall, James Stephenson, Gale Sondergaard, Bruce Lester, Frieda Inescort, Victor Sen Yung, Doris Lloyd, Willie Fung, entre outros.
DVD Menu interativo - Seleção de cenas Tela: Fullscreen (4.3) Áudio(2.0Idiomainglês Legendaportuguês
DistribuiçãoClassicline
 Alfredo Sternheim
Colunas & Notas - Site

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Tatjana Ceratti no novo programa do Portal Band


Tatjana Ceratti estreia programa Tops no Portal da Band
Primeiro programa 100% digital do Grupo Bandeirantes, canal trará entrevistas especiais com ícones da arquitetura à gastronomia


A partir do dia 13 novembro, estreará o novo projeto da TV Bandeirantes sob comando da apresentadora Tatjana Ceratti. Criativo e inovador, o "Tops" é o primeiro programa digital do Portal da Band, 24 horas na home do portal. O programa reunirá um seleto time de "Tops" profissionais em um único lugar. A ideia é reunir ícones de diferentes áreas, como moda, design, arquitetura, arte, beleza, gastronomia, viagens e música
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A jornalista Tatjana Ceratti é uma das mais respeitadas apresentadoras de moda do país. Crédito das fotos: Paulo Higor
Para a temporada, o time contará com Max Weber (um dos maiores nomes da beleza do país, o maquiador e cabelereiro assina os principais desfiles de moda, capas de revistas e campanhas do país há mais de uma década), Fabrizio Giannone (o renomado designer de joias italiano é um dos grandes conhecedores das belas pedras brasileiras), Ricardo Almeida (grande nome da moda brasileira, o estilista é referência na moda masculina), Tata Cury (A chef brasileira, famosa por assinar os melhores banquetes do Brasil, abordará a gastronomia em seu quadro),  Carlos Pazetto (um dos maiores nomes do mercado de luxo nacional e referência quando o assunto é moda), Johnny Luxo (um dos mais renomados DJs do país, contará sobre os hits que estão bombando no dancefloor), Luciana Lourenço (a dermatologista das mais lindas mulheres brasileiras terá como pauta o rejuvenescimento), David Pollak (um dos maiores stylists do país que falará sobre moda), Luciana Alvarez (hairstylist, responsável pela car acterização de personagens globais de sucesso), Monica Monteiro (uma das maiores agentes de modelo do país), David Dalmau (artista plástico, fotógrafo e cenógrafo, contará sobre o mundo das artes em todo o mundo, trazendo para os internautas as novidades da área), Helinho Calfat (um dos mais conhecidos promoters do Brasil, falará sobre as melhores festas do país), Francisco Calio (o arquiteto falará sobre as novidades do mercado de design de interiores). O programa também contará com conteúdo internacional produzido pelo empresário Roberto Scafuro, residente em Los Angeles e amigo de celebridades de Hollywood.
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A jornalista Tatjana Ceratti é uma das mais respeitadas apresentadoras de moda do país. O Mundo Fashion, concebido e produzido por ela, foi o programa pioneiro de moda na TV aberta no Brasil. No ar desde 2005, a apresentadora já cobriu os principais desfiles de moda em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York e Paris e já entrevistou os principais estilistas brasileiros e internacionais.  Modelo de sucesso, Tatjana começou na televisão com apenas 16 anos de idade, em sua cidade, Balneário de Camboriú (SC). "O Mundo Fashion é um sucesso, mas sentia que, depois de mais de 10 anos cobrindo moda, precisava de novos desafios. O Tops é um programa que a pessoa vai poder assistir por smartphone, no conforto de casa, em qualquer lugar. É dinâmico e vai apresentar modismos de diferentes áreas, como gastronomia, beleza, publicidade, arquitetura e design", explica Tatjana Ceratti.                                                                                                                                                
Sobre Tatjana Ceratti:

Aos 37 anos, a jornalista Tatjana Ceratti é uma das mais respeitadas apresentadoras de moda do país.  Nascida em Foz do Iguaçu (PR), foi Miss Paraná e finalista do concurso Miss Brasil. Tatjana começou na televisão com apenas 16 anos de idade, na cidade onde morava com a família, em Balneário de Camboriú (SC), na TV Mocinha, dirigida por Narbal Souza. O diário "Em Foco" foi sucesso de público e conquistou 19 prêmios da crítica especializada. Com passagem pela Rede TV Sul (atual SBT), sempre pautou suas entrevistas pela espontaneidade, bom-humor, versatilidade e ousadia.


TV Vogue, mais um canal para o mercado de luxo brasileiro

Vogue Brasil lança TV Vogue canal de vídeo com programação fixa exclusiva
Vogue Brasil lança TV Vogue canal de vídeo com programação fixa exclusiva
Pioneira na criação de séries online, a TV Vogue também ganha destaque na nova versão, oferecendo agora uma grade de programação semanal fixa. Entre os programas estão: 

Quadro por Quadro 
Apresentado por Ana Carolina Ralston, editora de cultura.
Preview de exposições, visita à casas de grandes colecionadores e entrevistas com artistas de todas as áreas da cultura.
Dicas Bárbaras
Apresentado por Barbara Migliori, editora de moda 
Resumo: A editora de moda mostra na prática nossos mandamentos da estação.


Vogue Voyeur
Apresentado por Alline Cury, editora de lifestyle
Visita à casa de personagens Vogue para aprender dicas de lifestyle, receitas .

Beleza Insider
Apresentado por Luiza Souza, editora de beleza.
A cada programa uma invasão de território da beleza, saúde e fitness.


Miss V on TV

Cobertura em vídeo das festas mais bacanas que aparecem nas páginas da coluna social Miss V, nas páginas da Vogue.

sábado, 11 de outubro de 2014

Opinião & "A Cultura do improviso já faz parte da comédia brasileira e agora o apresentador do SBT Márcio Ballas comanda um novo show neste estilo, o Noite de Improviso, que faz apresentação única na sexta-feira, dia 17 de outubro, às 21h30, no Teatro APCD

Conheci Marcio Ballas em congressos empresariais quando ele humanizava estes encontros com uma interação marcante, era o Jogando no Quinta que o deixou bem conhecido em várias frentes. Foi há alguns anos atrás no então Caesar Park Hotel Vila Olimpia, onde eu era Assessor de imprensa e eventual RP. Fui acompanhando seu curso junto ao " boom" dos stand up comedy nos palcos paulistanos (não sei como isso se passa nos palcos de outros "brasis"). Outro dia me deparei - com surpresa, espanto e alegria- com Ballas como mestre de cerimônias no melhor programa de variedades que o SBT produziu nos últimos 20 anos, o genial "Esse Artista sou eu" (baseado no original italiano, todas as segundas depois das 23h), que tem um monte de amigos meus como atrações, incluindo a querida Rosemary, que deixa toda semana o Brasil boquiaberto com suas performances. Ballas continua na estrada em muito movimento.
Ovadia Saadia, de São Paulo



 A Cultura do improviso já faz parte da comédia brasileira e agora o apresentador do SBT Márcio Ballas comanda um novo show neste estilo, o Noite de Improviso, que faz apresentação única na sexta-feira, dia 17 de outubro, às 21h30, no Teatro APCD. A peça é composta apenas por cenas improvisadas e participa ainda o humoristas Edu Nunes. Cada apresentação é diferente da outra, justamente porque o público presente ajuda na ambientalização das esquetes e na criação dos personagens.
Márcio Ballas diverte o público com Noite de Improviso
no Teatro APCD
Espetáculo é composto por cenas improvisadas e se baseia em uma série de jogos teatrais, contando sempre com a participação dos espectadores. Participam da improvisação o apresentador do programa Esse Artista Sou Eu, do SBT, Márcio Ballas e seus companheiro de teatro Edu Nunes

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Felipe Ventura reuniu dois mil estudantes em três dias no Instituto Dom Barreto – um dos melhores colégios do Brasil.


Felipe Ventura reúne 2 mil alunos em palestra no Piauí


Projeto Corrente do Bem amplia sua área de captação e chega ao Nordeste
Em seu debut de palestras no Nordeste, Felipe Ventura reuniu dois mil estudantes em três dias no Instituto Dom Barreto – um dos melhores colégios do Brasil.
O projeto Corrente do Bem tem como fundamento conscientizar, principalmente os jovens, sobre a importância da inclusão social, despertando assim, a solidariedade e amor ao próximo.
Toda verba arrecadada é em prol da AACD que Felipe ajuda desde os oito anos de idade.
Em sua última participação no Teleton do SBT, Felipe entregou para Silvio Santos a quantia de 30 mil reais com sua doação pessoal.
A Corrente do Bem, que já ganhou o prêmio Marketing Best de Responsabilidade Social, arrecadou em 2013 mais de 1 milhão de reais e a cada ano abrange mais estados e mais participantes.

























segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Chico Felitti fala de colunismo e colunistas (Revista PIAUI, setembro 2014)


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Vértebras do colunismo

Eu te dou se você me der
por Chico Felitti
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Harold Marques, nascido Aroldo Marques, estava exausto quando chegou a Gravatal, cidade de 10 635 habitantes em Santa Catarina, 2 438 quilômetros distante de sua Arapiraca natal, em Alagoas, onde “reina” como colunista social. Felizmente não lhe faltara trabalho para o trajeto de dezesseis horas, percorrido em um carro, dois aviões e um ônibus: ele assina colunas em três revistas diferentes (Salada MagConceito Matériaprima) e em dois jornais (Alagoas em Tempo Real eTribuna Independente).
Depois do coffee break de boas-vindas, Marques teve meia hora para tomar um banho, hidratar a pele morena e ajeitar o cabelo, pintado num tom de loiro que oscila entre o de Gugu Liberato e o do cantor português Roberto Leal. Às oito da noite de 9 de agosto, um sábado, começava a cerimônia de abertura do 1º Congresso Nacional da Abramecom, a Associação Brasileira de Colunistas Sociais e de Mídia Eletrônica.
Na chegada ao salão principal do Hotel Internacional Termas do Gravatal, um dos vinte e poucos participantes distribuía exemplares da revista Sul Fashion, que poderia ser confundida com aCaras não fosse o nome diferente na capa. Um participante atilado observou que o projeto gráfico era “caras de um, focinhos do outro”. A edição manchetava: “Ortotrauma inaugura setor de raio X digital.”
“Amor, que coisa linda”, disse Aninha Monteiro, conhecida pelos íntimos como “A Rainha de Maceió”, a mais animada da sala de jantar. “Mas cadê minha foto aqui?”, perguntou a morena de “quase 50 anos”, exibindo sob o vestido de renda a letra A tatuada em vermelho nas costas. Opublisher da Sul Fashion, que também é assessor de imprensa e engenheiro civil, explicou que Aninha ocupará lugar de destaque no próximo número (não se sabe quando, a periodicidade da revista varia).
A abertura do evento consistiu em selfies dos participantes, em diferentes combinações, imediatamente postadas nas redes sociais – o perfil de Aninha nas redes é Tudo Que Há, e o de Harold, Grand Monde VIP.
O Brasil conta hoje com cerca de vinte associações da “categoria que tem categoria”. Devido à frequência de arranca-rabos e cizânias, esse número vem crescendo. A Abramecom é a mais nova delas, e filiar-se a uma não significa abdicar das outras. A maioria dos presentes na cidade catarinense conhecida pelas fontes de água quente coleciona carteirinhas de várias agremiações e vai a congressos como se vai ao supermercado. No mês passado, houve um em Goiás. “Em novembro tem outro, no Costão do Santinho Resort, Golf & SPA. Se quiser, te descolo passagem”, ofereceu-me o presidente da neófita entidade, Arlan Alves.
Os eventos são custeados por prefeituras, empresas e jornais locais. A lista de agradecimentos no panfleto do encontro de três dias elencava dezesseis patrocinadores, incluindo loja de decoração, restaurante, dois hotéis, duas agências de turismo e uma clínica.
A programação tende a ser voltada à propaganda dos apoiadores. Em Gravatal, depois do jantar, houve uma exposição sobre o potencial turístico das águas termais, seguida de palestra sobre lentes de contato dentais, biopreenchimento labial e os benefícios do botox estético, proferida pelo odontólogo Rafael Lima, “o mais respeitado do sul do estado”. Lima encerrou sua fala à meia-noite, e o DJ Jacko Dasantigas, que tocaria hits dos anos 90 para os seguidores de Ibrahim Sued, ficou ocioso. Todos foram dormir.
No dia seguinte, os despertadores soaram às sete para o café da manhã e o tour à cidade de Laguna, onde morou Anita Garibaldi. Uma representante da prefeitura lagunense se agregou à excursão com um fotógrafo. Fez-se um retrato de grupo. No Museu de Garibaldi, outro retrato. Em frente ao busto de Anita, mais um registro. Depois de um pulinho na coletiva de imprensa – convocada pelo prefeito para celebrar o salvamento de duas baleias francas que encalharam perto da costa –, o almoço, oferecimento do restaurante Caiçara.
Nos três dias, só uma refeição não foi grátis. Quem comeu na churrascaria Nossa Senhora Aparecida, à beira da rodovia BR-101, no trajeto entre Florianópolis e Gravatal, teve de bancar o próprio almoço: 23 reais pelo bufê, preferência geral, ou 42 reais pelo rodízio de carnes. “Já teve gente que pediu dinheiro para publicar coisas, mas o jabá não é a regra”, esclareceu Carminha Fortuna, colunista de Bauru, referindo-se à prática de trocar favores ou valor monetário por espaço noticioso.

Cinco dias antes da festa, recebi uma mensagem da Abramecom. A missiva pedia, com três pontos de exclamação, que os associados já tivessem publicado uma notícia sobre o encontro antes de ele acontecer. “É para eu entregar para o pessoal do hotel”, disse Arlan Alves. Como consequência do pré-requisito, o convescote foi anunciado em colunas do Rio Grande do Sul ao Pará. Acima de quase todas as notas, vinha estampada a mesma foto de Alves, um homem cuja ansiedade não parece caber na corpulência que ocupa um assento e meio no ônibus.
“Aqui é só o cleme de la cleme”, disse Harold Marques. “É crème!”, gritou um dos colegas do fundo do micro-ônibus em que o grupo se locomovia. Apenas um dos participantes do congresso ganha salário para exercer o ofício de colunista. Os demais têm fontes diversas de renda: uma é aposentada do Banco do Brasil, outro vende imóveis, um terceiro dá aulas de engenharia. Todos atuam como assessores de imprensa, passando uns aos outros informações e notas dos seus clientes.
“É uma vida de pouco dinheiro, mas muito poder”, definiu Harold, que se considera um “empreendedor” e, por isso, admirador de Joyce Pascowitch. Na churrascaria, o colunista de Arapiraca perguntou aos colegas se alguém conhecia a ex-colunista da Folha de S.Paulo e atual dona do site Glamurama e das revistas Joyce Pascowitch Poder. Um deles respondeu que sim, e que ao menos vinte pessoas trabalham na empresa de Pascowitch. “E ela paga essa gente toda?”, abismou-se Harold, levando as duas mãos ao rosto como Macaulay Culkin em Esqueceram de Mim.